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segunda-feira, 15 de abril de 2013

Felicidade: A semente ou fruto da Alienação?
Sobre carnaval, meditação e consciência

Sol, Carnaval, futebol... Por mais que o Brasil já esteja conquistando uma visão diferenciada e, [por que não?] renomada no exterior, são ainda as tradições do êxtase que permanecem na imagem de nossa condição social. Não são todos que compreendem o paradoxo do brasileiro feliz. Para exemplificá-lo, deixe-me apenas publicar um texto produzido no processo contemplativo de uma tarde carnavalesca ao me refugiar no alto de um prédio...


O que é o Samba e o Carnaval?
Para muitos, uma festa sem igual
Para mim, somente um bacanal

Uma forma tão inocente
de um conteúdo indulgente
que agita o corpo e desliga a mente

Confete, serpentina, confete
E cai no chão a mina aos 17
Que se meteu onde não se mete

êxtase: o elixir que entorpece
o mundo cai, a alegria permanece!
até que o efei†o etílico cesse

E vejo atônita o lixo pela cidade
que, na putrefação da sociedade,
resiste na máscara da nova idade



Primeiramente, que tal pessimismo não lhe faça crer que o texto tenha uma autora depressiva. Muito pelo contrário, sua autora é uma menina que não tem vergonha de rir alto, uma sensata hedonista que ainda acredita no amor como resgate. O que a incomoda profundamente é a sensação de que a alegria, como apenas consequência, e não início ou meio de um processo, possa estimular formas tão artificiais de ambicioná-la.

Eu poderia tratar a alegria de um modo positivista, como uma combinação concomitante de endorfina, cerotonina, dopamina, adrenalina... Ou ainda, com um toque metafísico, ao associá-la ao processo transendental de encontro com a essência. Mas antes de definí–la, acho mais interessante diferenciar seus diferentes tipos: a euforia, a felicidade e o estado alfa.

Embora não seja essa uma das definições mais oficiais da euforia, esta pode ser definida como um estado em que as sinapses cerebrais encontram-se extremamente efetivas e aceleradas. A energia cinética é tamanha que uma pessoa tende a reconectar de forma imediata o impulso do querer com o do poder, fazendo coisas que jamais faria em um estado de consciência comum. A euforia pode ocorrer em momentos de perigo que impliquem na necessidade de fuga ou enfrentamento, ao se animar muito com uma música, ao encontrar-se prestes a realizar um grande desejo ou até mesmo com o uso de drogas  estimulantes, entre outros ( e claro, o CARNAVAL!)... E qual é o perigo? Durante a euforia, uma pessoa pode esquecer de todas as dores e problemas, inclusive os inúmeros de nosso país, trocando-o pela amenidade de festejar. Sobretudo, o efeito é momentâneo e efêmero e pode até se converter em profunda depressão em uma questão de minutos, fazendo com que, para que o desejo de retornar ao estado eufórico seja realizado, seja necessário se expor a doses cada vez maiores do fator estimulante, conduzindo a vícios dos mais sutis aos mais brutais. Isso sem falar dos danos que as ações desenfreadamente movidas pelo querer podem causar aos outros, afinal, imagine só o caos de uma sociedade em que todos fazem apenas o que querem, sem se importar com o querer dos demais?

É comum encontrarmos a felicidade sendo associada um ideal de plenitude. Predominantemente prometida pelas religiões e algumas filosofias, que afirmam serem capazes de oferece-las contanto que um indivíduo percorra um determinado caminho. Mas muitas pessoas também colocam-na como o objetivo maior de suas vidas terrenas, igualmente acreditando que poderá ser alcançada caso tenham determinadas atitutes ou pratiquem determinadas ações, como: estudar mais para trabalhar mais, no intuito de ganhar mais dinheiro e, logo, ser mais feliz. A grande questão é: Porque pensamos ter tanto controle sobre as relações de causa e consequência? Porque ouvimos que nossos pais fizeram algo que os beneficiaram e, logo, passamos a crer que tal ato é essencialmente benígno?

A cada dia, nossas crenças são construídas e destruídas. Em se tratando de um exemplo simples, podemos muito bem acordar e achar que, porque está um dia ensolarado ao amanhecer, haverá sol o dia inteiro e se surpreender com uma chuva torrencial ao fim da tarde. Ou ainda, descobrir que algo que lhe fez sofrer durante uma fase, fazendo-o acreditar que jamais se recuperaria, pode lhe tornar uma pessoa muito mais madura e sorridente depois! Desta forma, como podemos ter tanta certeza de que, se realizarmos nossos sonhos e conseguirmos tudo o que queremos seremos felizes ? Ou indo ainda mais fundo, de onde parte a certeza de que a felicidade é sempre algo bom?

Na sociedade capitalista tradicional, com traços ainda muito visíveis nos tempos atuais, o bem-estar de um indivíduo está relacionado ao seu poder de consumir. Logo, quanto maior o valor monetário dos itens comprados e capital acumulado, maior sua felicidade qualitativa e quantitativa. E você deve estar se perguntando: mas, afinal, qual o problema de ser feliz?! Para quem o é, nenhum. Mas e para as crianças asiáticas em trabalho semi-escravo que perderam suas infâncias ao produzirem seus casacos e botas de pele em condições desumanas? E para os animais que sofreram intervenções fisicoquímicas brutais pra produzir seu suculento bife de vitela?

E então, será que é realmente bom ser feliz estando consciente das consequências negativas de sua felicidade? Ou seria melhor ignorá-las, criando um mundo paralelo de alienação?

Diante dessa indagação, que comparo a cena do primeiro filme da trilogia Matrix, em que Morpheus conta a Neo toda a verdade sobre o mundo não passar de uma ilusão psíquica criada pelo mundo verdadeiro, aquele em que prosperavam as máquinas,você pode sentir medo. Raiva. Euforia! Tristeza. Interesse. Pode até entrar em desespero. Ou pode simplesmente se recolher com a coluna ereta, pernas cruzadas e olhos fechados, observando o ar expandir e retrair seu abdomen e essa indagação bater e rebater em sua mente, da mesma forma que o som reflete e ecoa em uma caverna. E sentir a agitação da mente transformar-se na paz de estar em alfa..

Ao iniciar esse raciocínio, anunciei que diferenciaria a euforia da felicidade e do estado alfa. Pois bem, o leitor deve ter percebido que não me aprofundei muito na definição do estado alfa. Por que será? Porque se lhe contasse muito sobre como atingi-lo, exemplificando-o e fragmentando-o como as etapas da preparação de um bolo, creio que mais dificilmente nele você o presenciaria. Quando finalmente deixamos nossa crença na necessidade do controle e nosso desejo de nesse estado entrar é que o encontramos.

Então... Será que encontrar a felicidade está, justamente, em cessar sua procura? 

Parece simples... Mas não tão fácil... Parece-lhe interessante? Por que você não tenta e depois me conta? 


Assim, através desse texto, quis expressar que atualmente penso que a alegria de cada um, em suas mais variadas formas é sim algo gostoso, mas que conhecer o contexto que nos permite senti-las nos torna pessoas mais conscientes e maduras, nos sentido de compreender que a alegria está muito mais relacionada algo interior, ou seja, ao que os fatos representam para nós do que os fenômenos em si. Além disso, a Alegria deve nos permitir abrir os olhos e nos motivar para a vida, na busca de novos pontos de vista e reflexões, observando se não lhe causa o efeito contrário da alienação e acomodação. Para sentirmos de forma plena não só a alegria como também os outros sentimentos, é preciso viver os fatos presentes sem julgá-los demasiadamente e nem apegar uma emoção fixa aos mesmos. Afinal, creio que não precisamos ficar felizes por estar felizes ou tristes por estar tristes. Apenas estar. E estar!

Obrigada pela leitura!
Please comment! :))))

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Soturno soberano

Depois de uma longa jornada, simplesmente voltei ao ponto de partida. Ao menos agora sei que buscando um sol inexistente, conheci tantos solos em que germinou a semente, que das cinzas voltei ao cais.
Se em pele viva jazem os queridos entes, a reencarnação é tão veraz quanto observar uma planta que da semente nasce, cresce e morre, produzindo outra semente.Sorte do broto que não o sabe, que perderia o equilíbrio se já nascesse bifurcado. Uma de minhas hastes ainda não o sabe, pois o procura e a outra, procura, pois não o sabe. A diferença é que a segunda já sabe que não o sabe e nem por isso é mais feliz. Que nasça, insupulta.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Abstração do concreto



Nunca conheci um concreto tão abstrato. Sim, me refiro ao concreto-nosso-de-cada-dia,  aquele que reveste seus tijolos quebradiços por entre paredes domiciliares e permite que magníficos edifícios obtenham o dom da imortalidade. É certo que para qualquer construção, seja ela monumental ou simplesmente vital, sejam necessárias raízes, bases que se expandem de acordo com a relatividade gravitacional, permitindo que determinado organismo possa aumentar a superfície de contato com o mundo interior e exteriore dele nutrir-se. É certo portanto, que essa base, ao menos  que equivalente a um corpo muito sutil, dificilmente será delicada ou leve, visto que, para exercer sua função, assume as mais rudimentares possibilidades, sendo enxergado muitas vezes como  o puro extremo oposto. Mas não, nunca necessitou ser feito de concreto.
Vivemos em um mundo plano, mas não necessariamente na plenitude. Rodas não somente circulam com uma facilidade suprema, mas são sujeitas à uma exigência de tal ato quase que equivalente. Isto porque simplesmente não sabemos onde pisamos, sapatos com a última geração de amortecimento não nos permitem trocar informações com o solo, o que de certa forma é mais... Seguro. E essa necessidade de mantermonos não somente em segurança, mas igualmente com uma tentação pelo conforto e pela facilidade é uma marca da natureza e de todos os elementos químicos que satisfaz-se com a estabilidade da regra do octeto. A questão é que, para o humano isto não se resume mais em estar de “barriga cheia”. Cria-se ainda a ilusão de não se possuir predadores naturais. Esses tais bípedes orgulhosamente eretos fizeram a escolha de não pisar com (e massagear, permitindo a circulação sanguínea) pezinhos em pedrinhas pequenas. A solução imediata foi então criar os sapatos, que não apenas descriaram o contato com o solo, como simultaneamente, passou-se a discernir o chamado céu dessa tal Terra.
Mas de que forma essa singela mudança comportamental pôde, eventualmente, tanto influenciar no próprio psico-somático? Primeiramente, a cada criação de um grafema, surge também uma fragmentação de uma palavra. Essa multiplicidade é um estágio muito importante para os seres, que, se tratando de um leite materno que perde seu sabor, procura a reconstrução de suas gamas de possibilidades de alimentação e que, a partir da experiência, aprende a classificação e necessariamente a exclusão de itens de seu mobiliário. Esse estágio perde porém seu devido valor pessoal à medida que nossa sociedade impõe o padrão de aprendizado oficial, a norma culta do português que, entre outras tendências, nos faz como discrimináveis e me dá 4,5 como nota de redação por falta de coesão! Esse resultado está diretamente relacionado ao impedimento do processo de reclusão - como instância, a urgência do trabalho em série; maquinização – impedimento do próprio ócio e polimento de suas lâminas para que permaneçam refletindo luz; tudo isso faz com que indivíduos em profunda metamorfose tenham suas asas desassociadas e atrofiadas pela pressão exterior do tempo, provocando sua saída do casulo antecipado ao momento propício. Com isso, dessecada criatura que poderia estar agora em estágio meditativo, perde sua base, sua conexão com o próprio casulo/útero, antes que fosse concedido seu desenvolvimento básico – que não estaria relacionado freneticamente ao tempo, mas sim à suave intensidade constante – e tornou-se então um ser vulnerável ao seu redor, sendo materialmente empapado pelo concreto, como única forma de proteção.
Portanto, essa vulnerabilidade não é criada no momento em que determinado ser sente em seu corpo suas asas atrofiadas, sendo este até um sinal positivo que indica que a sensibilidade prossegue em superar a anestesia. Todo organismo tem vulnerabilidades e é de extrema naturalidade que se crie um mecanismo de defesa do mundo para sua própria sobrevivência, seja ele de fortalecimento, em que força e flexibilidade são desenvolvidos ao mesmo tempo, ou de tensão e atrofiamento, ao ser exposto em severas condições sem que se possua a base necessária para tal, provocando lesão, dor, tensão e inibição da sensação de vitalidade. Mas, frente a uma situação tão irrelevante para a saúde do próprio organismo, por que não desmoronar, ao invés de tal? Algo é veraz: Desde que deixamo-nos de satisfazer com a caçada e alimentação, toda essa energia que seria liberada através dessas atividades necessitaram ser canalizadas para ambições além de seu próprio nicho ecológico. Domínio, poder, colonização e conhecimento - Idéias implícitas em nossa programação televisiva, que nos implantam a suposta felicidade por títulos egóicos e não mais heróico-comunitários, obrigando-nos à construir em si asas, mesmo que nossa missão empiricamente não incluísse voar. E seguimos assim, atrofiando-nos, à medida em que as próprias pernas –nossa essencialidade básica- deixem de ser desenvolvidas, por direcionarmos credulamente nossa energia para incríveis asas, que nos levem à um vôo em uma imensidão ilusória sem que nos déssemos ao menos, à aprendizagem de aterrissar, restando apenas a dureza-não firmeza- do concreto das pistas de nossos belíssimos (e padronizados-vejam só!) aeroportos.
...Ou então, tem-se a opção de permitir a criação de novas sinapses nervosas, tornando-se um artista, encontrando na fuga do padrão, seu mais grandioso enfrentamento; mesmo que para tal divirta-se sendo chamado de...
-----Louco----

sábado, 15 de janeiro de 2011

Adolescência alternativa

 "I don`t like wall clocks

 They remind me of life gone by                        
      I hate wrist watches
      They compete with heart beat"

Eu não gosto de relógios de parede
 Eles me relembram da vida que se foi
   Eu odeio relógios de pulso
Eles competem com o pulso do meu coração

Modestamente traduzido de uma poesia anônima da coleção Passa porta de Poesia Bruxelense


A abstração do tempo, ou seja a delimitação do tempo em padrões calendáricos, torna-se mais uma das diversas geniosidades humanas a serem utilizadas para manipular os próprios. Engana-se quem ainda acredita que por estar em um quarto conceitualmente luxuoso isolado de qualquer exterior, este está totalmente com o controle de estar aparte da natureza. Natureza, derivada do Latim “Natura”, significaria o lugar em que não há intervenção humana. Diga-me, que lugar é este em que o humano ainda não deixou seus rastros pelo mundo integrado. E ainda mais, diga-me, de qual forma o humano, ainda não penetrou na sua forma de ser.
Afirmar que um indivíduo vive em um ambiente isolado pode ser demais para mentes acostumadas com o próprio ambiente ao longo de uma expectativa de vida padronizada. E aliás, quem sou eu para verbalizar tal certeza, se grande parte de minha vida eu passo em um? Vivemos sim em uma natureza, que podemos afirmar artificial por ser a “natureza humana”, porém criteriosamente acredito nem seguirmos instintos. Digo, nem seguirmos mais, nem menos do que qualquer outro animal. Se somos tão mutáveis quanto os próprios, apresentamos um sistema de dominação e de certa forma possuimos uma cadeia alimentar, então apenas reproduzimos o mais original conceito de natureza: um complexo de ações que de simples só tem uma regra para manter os ciclos em funcionamento : a necessidade do equilíbrio.

Quando se diz em equilíbrio, não pode-se mais pensar apenas em paz, amor ou silêncio, mas originalmente aquilo que deve ser mantido para existir certa constância de funcionamento e é visível que não é sempre que o que se deseja que funcione é sempre para o bem de todos. Visualizando então a idéia de natureza humana contemporânea, é perceptível que o conceito de bem se tornou um objeto, uma posse, algo que irá satisfazer a sua individualidade para que você tenha uma sensação de prazer, algo essencial para a vida, já que o prazer após a caça já não nos satisfaz mais. Para que essa natureza, esse interesse tenha repercussão e continuidade, não apenas precisarei apenas comprar tal objeto. Precisarei estudar duro durante muito mais de dezoito anos de minha vida e precisarei trabalhar exaustivamente, para então dar continuidade ao ciclo do consumismo. E após meu trabalho, chegarei em casa exausta, exaurida de tanto suor por fazer algo que não faz parte de minha identidade, e ligarei a TV, para então assistir a raios de propaganda estimulando o consumo com o objetivo de mostrar o motivo de continuar seguindo esse ciclo: Ter o poder de consumir para ascender seu status quo.
Sim, estou falando sobre o “modo de vida americano”o “American way of life”. O inflador de egos vazios, dominados por uma atitude homogenizadora de mentes, que nos induz a acreditar que vencendo por meio de fazer os outros seres menores poderemos ser maiores ou melhor, que queremos executar tal atitude. Que também nos induz a aderir à necessidade de valorizar a quantidade, à usar pessoas como ferramentas de ascenção, à ter de ocupar seu tempo com coisas aparentemente úteis, a projetar a libido no trabalho e precisar saber o que pensam sobre o você. Mas principalmente a esquecer que há a necessidade essencial de qualquer ser que é de esvaziar a mente, de contemplar o infinito, de olhar para dentro de si e enxergar o horizonte, de religar-se com tudo e todos que não for concreto ou petróleo, tomar consciência de seu próprio corpo, seguir a vontade de fazer o que quiser, ou se não quiser, não fazer. E acima de qualquer generalização, assumir o dom de ser diferente.

Meus queridos, se estou escrevendo isso no momento é porque da mesma forma que uma rede antiga e dominante conspira pra determinado interesse, alguma outra conspira também para que eu a critique. Essas redes não levam em conta o tamanho ou a quantidade. Reconhecemos que somos minoria e até mesmo nos felicitamos com isso, sabendo que o que importa é quão densa seja ela. Um de nossos desafios é de fato contradir esses padrões de sociedade alienadoras. Percebe-se que lutar diretamente contra o gigante é gasto de energia, mas criando uma outra camada da realidade paralela pode-se trabalhar a nível local e sim, jogar com o poder (mesmo que seja ilusório) do que mais sustenta essa grande rede, que é a intenet. Utilizando o que o jovem tem de melhor, que a intensidade e despertando na genética humana o pensar, conseguimos sim nos aventurar nesse mundo em que não tão tarde nossa geração liderará. Esse é grupo dos jovens que seja com radicalidade ou sutilidade simplesmente questionam os paradigmas estabelecidos e revoltam-se contra tanta opressão oculta. Assumidos ou não, os jovens alternativos existem, apenas dificilmente se reconhecem devido ao receio de expressar suas idéias e passarem a ser ignorados em seu meio, simplesmente. Mas mesmos espalhados pelo mundo, para que se reconheçam, basta ter a curiosidade e coragem para se unirem se fortalecem em suas idéias e sim, sonhos, descobrindo que tem muita gente que acredita neles.

Basta acordar

E disponibilizo aqui então, por meio desse blog, não a concretude, mas sim as perguntas para que todo e qualquer um que realmente queira acordar em si esse espírito do querer fazer a diferença e expressar seus pensamentos. Se quiserem, estou abrindo espaço para responderem por forma de comentário esse questionário sobre adolescência alternativa. Espero que gostem e peço somente para manterem certa organização das informações, indicando na resposta o número da pergunta, mantendo entre 1 e 5 linhas preferencialmente, colocando referências nas citações e não utilizando palavrões ou demais hostilidades. Um padrão criado por mim após tanto criticá-los? Hahaha talvez sim, mas em um nível saudável... :D Aguardo sua participação! E expressem-se!




Nome: (Primeiro nome e um sobrenome)

Atividades de expressão: (O objetivo dessa parte e citar brevemente atividades físicas, artísticas, mentais, emocionais etc., pois dois dos temas principais do arteesociedade são arte e corpo unidos)

Formas de contato: (Redes sociais, e-mail etc. Não é obrigatório divulgar)

1. Primeiramente, o que você compreende por vida alternativa?

2. Nos tempos atuais o que faz as pessoas quererem aderir ao estilo alternativo?

3. Caso não houvesse o impulso do querer ser diferente, você acredita que a sociedade tenderia a um determinado padrão?

4. Ser alternativo significa com que freqüência ser enxergado como estranho pela sociedade em geral?

5. Quais são os maiores desafios e vantagens que uma pessoa pode encontrar ao aderir a esse estilo de vida?

6. Diz-se por aí que está “na moda”não seguir modas. O que você pensa sobre isso?

7. Finalmente, você gostaria de recomendar algo para jovens que gostariam de aderir a esse estilo de vida?




quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Do tédio à revolução - O jovem questionador ambulantemente situado

Sentados em uma carteira escolar anatomicamente desenhada exatamente para aumentar o nível de paciência de um aluno, surge em um jovem uma certa inquietude, com um determinado tom de revolta principalmente em relação ao mundo que o obriga a destinar grande parte de sua energia para aprender algo que não lhe é aparentemente útil. E é exatamente essa energia, exemplificadas pelas explosões hormonais, que melhor define a fase da adolescência. Grandes picos de energia no sentido de força de querer a dinâmica da vida são atingidas físico-químico-psicologicamente e a grande questão é: Para que essa energia é utilizada? E é aí então que colocamos em questão série de variáveis definadas pela pessoalidade baseada em parte no meio em que vive esse indivíduo, as formas de oportunidade que se tem para expressar as emoções e acima de tudo, o estímulo que dão os pais, professores, amigos e próximos em geral. Dentre esses destaco de fato o estímulo que recebe a pessoa ao início do desenvolvimento em determinada habilidade.

Começo, estímulo, criação... Esses três termos independentes estão relatados a algo muito maior, considerado por muitos pensadores como imortal devido a sua eterna mutabilidade: A crianção de uma ideia. Alguns diriam que esta é apenas fortemente criada no espaço entre as realidades reconhecidas genericamente como realidades. Dessa forma, distancia-se de um conceito formado, uma realidade concreta e extrai-se partes desse todo, para assim reorganiza-los em algo novo ou aparentemente novo comparado ao já publicado. A questão problema é exatamente essa aparência que ocorre devido à já citada distância das realidades o que torna difícil execução a tradução dessa ideia para a algo de linguagem popularmente compreensível . Esse fato da dificuldade de aceitação dessas informações pode não ser apenas por falta de compreensão, mas por pura desconsideração. Um dos maiores responsáveis por essa ignorância da formação de novos conhecimentos, que é encontrado nas mais diversas eras e áreas, mas bastante enfatizado nos tempos atuais, é o conceito de sistema. Este resume-se em uma rede de interesses determinados e manipulados por uma "cabeça" em posição privilegiada que possui o poder de utilizar o próprio sistema como meio para conspirar para um fim de seu interesse. Ficou complicado? Então vamos a um exemplo: Imaginemos um produto que seu criador procura com ele ganhar dinheiro. Para tal, ele precisaria vende-lo. Quem poderá comprá-lo é o mercado consumidor. Logo, o criador necessita atrair a atenção do mercado consumidor com uma teoria convincente que induza a pessoa a querer comprá-lo e assim gerar dinheiro ao criador. Sendo assim o "cabeça" citado é o criador, porém, para atingir seu objetivo, necessita de "parceiros", pessoas que trabalhem ao seu favor. Essas pessoas seriam a equipe de marketing, além de outros. Até aí, tudo bem, enquanto não levanta-se a possibilidade de que além dos trabalhadores oficiais, há também aqueles que trabalham nos "bastidores", como, seguindo o exemplo, os espiões que se infiltram nas informações de uma empresa concorrente para de lá retirarem seu plano de ação. Percebe-se então que o número de pessoas que pertencem a essa rede é muito maior do que se imaginava e que cada vez com mais potencial de poder e monopólio, tem mais possibilidade de alcançar seu lema: induzir a população a um padrão de pensamento consumista.

E é daí então que surge o drama dos incompreendidos: um determinado indivíduo que apresenta uma ideia diferente, inovadora e revolucionária quando enquadrada provavelmente está situado em um meio que venha a não valorizar devido a questões de interesse dominante. Aproveitando o exemplo do parágrafo anterior, este personagem seria, o pesquisador que dedica grandiosa parte de seu tempo com o objetivo de estudar as verdadeiras origens do produto,  se teria havido exploração de trabalho humano, teste em animais e outros. Essa pessoa pode ser denominada como um "erro de programação", como uma máquina que adquire inteligência independente do que lhe teria sido programado e exatamente pelo fato de apresentar comportamento contraditório ao desejado, que no caso seria o de questionar o produto ao invés de apenas consumi-lo. Esse ser tende a tornar-se simplesmente rejeitado e até mesmo oprendido sendo induzido a ceder à desistência. Uma regra aparenta se aplicar a todas as eras e situações do universo em que até então temos consciência de viver: O novo significa o desconhecido, que é facilmente considerado estranho e impressionante o que pode gerar a reação de curiosidade ou repressão. Essa variação de reação depende principalmente de quão sólido e impenetrável se encontra o sistema em que se está colocado, ou seja, quão predeterminado e tradicional se determinam cada consciência que trabalha em uma causa. Igualmente, depende de quão forte E flexível se pôe o questionador do sistema tem sorte quando cedo percebe que uma única formiga guerreira frente a um gigante deve mesmo é evitar ser notada e com seu grupo escalar pelos bastidores até encontrar o cérebro deste.

Se você consegue se identificar através desses exemplos em vivências semelhantes e que provavelmente chegou a sentir nos nervos a emoção de desafiar uma suposta verdade (sentimento que é amadurecido e alterado ao longo do tempo, mas gerador titular do querer ser um jovem filósofo), então digo-te que já deu o primeiro passo para tornar-se um indivíduo que toma a postura ativa de questionar os padrões ao invés de estar apenas sujeito a repetitividade dualista de comandante e subordinado. Adquire também o alívio de descobrir que não está sozinho nesse mundo nessa busca pelo além do senso comum. Recebe também a recomendação que se unindo à outros potenciais questionadores, certamente construirá força e apoio para enfrentar os grandes desafios dessa jornada, totalmente importantes para revitalizar cada vez a emoção de  afirmar a própria coragem do ser diferente. Mas, há algo mais importante ainda do que qualquer contribuição propriamente dita nesse texto, já que, muito além de cada palavra citada, há uma forma de energia, uma ideia. Ideia de conceder a gradual liberdade mental de poder duvidar, questionar, criticar e até mesmo desconsiderar toda e qualquer informação  aqui contida, apenas com a habilitação crescente de pensar o porquê de ter agido da forma que bem escolhe, tenha sido com elegância, ou não. Afinal, o maior sistema que o faz aderir aos outros é o seu mais profundo, desconhecido e interminavelmente dominante inconsciente. E para enfim desvendá-lo, o único dote tradutível é a coragem. Os demais são somente fórmulas de emoção misticamente misteriosas.

domingo, 5 de dezembro de 2010

saúde e energia

Há certos momentos inevitáveis para a massa de pessoas com uma vida consideravelmente comum em que o hábito torna-se uma fatal monotonia. Digo pessoas, apenas para tornar ilustração mais ilustre, porém o princípio de monotonia pode ser observado nas mais diversas manifestações da natureza. Denomino natureza por todo e qualquer sistema que inicia-se em um ciclo não auto-suficiente, que necessita de troca energética com outros para permanecer em constância. A troca energética é então a palavra-chave desse insight.
Desclassificando a física e filosofia e unindo-as no método de descoberta do filhote/ bebê, observador genuíno, a energia, o que todos os seres convivem mas poucos conhecem, é sinônimo de movimento constante.
Para exemplificar esse conceito, usaremos a ideia de doença, baseada em uma visão certamente não halopática, mas holística, que explora o sentido de totalidade, corporação. Pensemos fenomenologicamente na combustão em oposição ao congelamento, ambos extremos. O congelamento, como somos informados de corpos congelados que mesmo através do tempo permaneceram intactos, é o maior símbolo da conservação, estagnação e proteção de uma forma de energia que não se permite interagir com outras, caso contrário pereceria pelo acesso aos seres decompositores, na verdade transformadores. Já a combustão simboliza a máxima da transformação das matérias, o descontrole e logo, o contágio com toda e qualquer outra forma orgânica transformando-a igualmente fogosa. Voltando então à nossa vida diária, em que infelizmente, a única forma de acesso à esses dois fenômenos são o fogão e a geladeira, que nos provoca a ilusão de poder controlar esses fenômenos através de botões, percebemos que o responsável por essa transformação é nada mais nem menos que a energia elétrica, a que, até hoje temos o maior domínio, ou seja a possibilidade de manipulação para usos diversos. Conclui-se então que esses extremos do congelamento e da combustão não permite a nenhuma forma viver e são causados pelo excesso de energia canalizado para apenas um departamento, gerando uma deficiência nos demais, que logo, por serem essenciais para o funcionamento do corpo, sua ausência não o permite funcionar. Assim, baseado em diversas experiências de febres psicológicas, fico doente por desequilíbrio, fragilidade. Afinal, se há um determinado pequeno ser que prejudique meu organismo, então todos estariam expostos a ele.
Esse conceito de saúde, que de novo nada tem, se adotado nos tempos contemporâneos, de muita contribuição seria, mas certamente não de facilidade. Isto porque o caminho para a cura determinantemente virá de dentro para fora, já que, se com a energia pôde-se criar a doença, pode-se também descriar. Para tal, porém, é necessário a tomada de consciência do que gerou essa aglomeração energética, que dos fatores certamente o psicológico toma parte. Para tal é necessário deixar vir a tona as emoções/energias guardadas e para isso é necessário chorar, rir, remexer a própria couraça, tocar a própria pele. E é exatamente aí que está a dificuldade: naturezas preferem muitas vezes conviver em uma integridade segura, porque descobrem que formando uma couraça protetora, o que difere-se de fortalecer-se com flexibilidade, é certamente mais fácil do que expor a si mesmo seus sentimentos e compreender que o sofrimento consciente pode ser a maior iniciação na transformação. Estes humanos porém, por excesso de energia não liberada através de toda e qualquer atividade que gere expressão, canalização para o físico-artístico, criando prazer e até alienação, facilmente explodem e enlouquecem.

domingo, 31 de outubro de 2010

Equidade

Euforicamente vislumbrados com o céu noturno, haverão as camadas notado sobre a luz periférica do novo delimitado espectro visional?

Euforicamente vislumbrados com o céu noturno, haverão as camadas notado sobre a luz periférica do novo delimitado espectro visional?Euforicamente vislumbrados com o céu noturno, haverão as camadas notado sobre a luz periférica do novo delimitado espectro visional?Observar os ciclos da natureza, algo que considero atividade esclarecedora para quem sabe, intuitivamente compreender aquilo que conhecemos como minoritário, um organismo em si com seus mais diversos estados de consciência difusos ou não. Entre esses organismos, o ser humano aparenta ser o mais complexo, não por sua estrutura genética, mas por não ser capaz de prever uma chuva sem uma rede de computadores. Há os mais conhecidos, os que acreditam que a espécie evoluiu e por isso foi capaz de desenvolver a linguagem, moradia digna e todas os demais elementos considerado hoje como obras. Há porém quem acredite, (jamais a certeza, evitando assim conceitos fechados) que toda a estrutura até então criada é apenas uma proteção, uma carapaça montada pela incontínua capacidade humana de sobreviver ao relento, de prosseguir lutando.


Seria, portanto, uma involução? Supondo que fosse, os planetas de fato ousariam mudar radicalmente suas  órbitas apenas por aderirem a uma nova tribo de pensamento. Porém, se isto fosse feito, a força que este único teria  executado não seria o suficiente para mantê-lo nem mesmo inerte, sendo assim útil seguir o fluxo natural solar. Ao invés disso, poderia ele facilmente afastar-se um pouco da órbita solar e finalmente interpretando essa metáfora por conta própria (gostaria que fizesse a sua, primeiramente), afastar-se-ia da intuição suprema, deixando de ser banhado por ela para tentar uma verdade com algum conhecimento que acredite ser seu, em jornada solitária, mas continuar em sua órbita inevitavelmente, porém por sua distância, mais devagar. Teoria anti-existencialista sobre a impossível liberdade? Se foi assim interpretado, não foi de minha intencionalidade. A ideia talvez principal é que exatamente não subestimar o humano nos leva a uma nova teoria de que nossas mentes podem não ser tão organizadas por questões que consideramos complexas fazendo parte da aventura de questionar e de aproveitar a "humanisse" para algo interessante, mas o primeiro passo para reconhecer-se nessa jornada (que independe totalmente de nome, idade ou outros fatores) é percebendo que procurando-se dentro de você, não irá  natureza é sim equilibrada e na simplicidade


Não sou a primeira a adotar a figura do sol como um Deus. Inaproximável, luminoso, irradiando um pouco de sua luminosidade para a vida e punindo àqueles que cedentos de conhecimento escolhem olhar. A que todos vivem. Deusificação, procedimento naturalmente humano, provavelmente iniciado ao moemento em que, tomado pelo sentimento de inquietação por não conseguir compreender o porquê de não se ver apto de reproduzir a natureza isolada, ato típico da ciência, tornando imediato atribuir o ato à algo maior. Porém com o avanço dos conhecimentos humanos, que tendem a cada vez mais especificar-se em virtude de universalizar uma descoberta, muitas vezes simplesmente distanciam-se de um conceito de origem que se aproxima de uma ideia
de corpo, totalidade. Esse conceito não necessita ser unicamente mitológico, pois utilizando a metáfora do Deus sol, sua presença ofusca e só permite a visibilidade das outras pequenas belezas apaziguadoras do céu noturno através de sua ausência, sendo então, sua presença necessariamente não constante. Ao invés de mitológico, poderia ser dito humilde, através da ideia de, mesmo em frente à utilidade da vasta gama de invenções que seu próprio gênio criou, olhar mais uma vez para o céu e vislumbrar-se como uma criança. Permitir-se contagiar com o sentimento de alívio por ser pequeno e ter a oportunidade de assim, reiniciar-se, contentar-se com o nada concreto, apenas o potencial enérgico de criar sem registrar. E através dessa viagem  entre seus próprios planos sem planejamento algum de um eu universal, encontrar finalmente o ideal sem o objetivo de idealisar na nova dimensão de um ser que para a vida desejar, necessite ser incompleto.